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Página de preparo:
Cap
69 - No serviço cristão (Livro “Vinha de luz”, de Emmanuel, psicografado por
Chico Xavier)
"Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas
servindo de exemplo ao rebanho." - (I Pedro, 5:3).
Aos
companheiros de Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das
almas.
Preocupam-nos
profundos problemas da fé, transcendentes (que
ultrapassam os limites considerados normais) questões da dor.
Porque dão
de graça o que por graça recebem, contam com a animosidade (má vontade, ressentimento) dos que vendem os dons divinos;
porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos que se
cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida eterna,
desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos, pelos que
se satisfazem na fantasia transitória.
Quanto
maior, porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as
noções da responsabilidade.
Não
falamos aqui dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores
simplesmente. Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio
fraternal e a ele se entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se
nos círculos de uma experiência nobre demais para ser comentada, mas a
responsabilidade que lhes compete é igualmente muito grande para ser definida.
A ti,
pois, meu irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as
palavras do grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas
"como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao
rebanho"
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Capítulo 26 (Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes) ,
itens 7 ao 10 (Mediunidade gratuita)
Mediunidade gratuita
7. Os médiuns atuais
- pois que também os apóstolos tinham mediunidade -igualmente receberam de Deus
um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos
homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender
palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas
concepções (opiniões, pontos de vista), nem de
suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue
a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho
fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e
os testemunhos de afeição dos que pranteio (choro,
lamento, lastimo), porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade
não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria,
pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
8. Quem conhece as
condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo
o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister (fundamental) para que eles se afastem, jamais poderá
admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que
apareça e os convoque a tanto (por uma quantia em
dinheiro) por sessão. O simples bom senso repele semelhante idéia. Não
seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos,
ou que nos são caros? E fora de dúvida que se podem assim obter manifestações;
mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos (irresponsáveis, insensatos), mentirosos, brincalhões
e toda a caterva (grupo que se comporta de forma
desordeira) dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos (cuidadosos), sempre acorrem (aparecem,
vem rapidamente), prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se
preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes
de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das
simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição
para se granjear (conquistar) a benevolência dos
bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação (renúncia de forma altruísta), o mais absoluto
desinteresse moral e material.
9. A par da questão
moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende
com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o
será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente,
identificada para logo com a dos ledores (leitores,
pessoas que fazem leitura) da boa-sorte, como também porque um obstáculo
a isso se opõe. E que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia (que pode fugir) e mutável (que
pode mudar), com cuja perenidade (eternidade,
continuidade), pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o
explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder
faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o
talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma,
representa uma propriedade da qual naturalmente lícito (permitido)
é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem
um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o
concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a
aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único
médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado
instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma
coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga.
Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos
Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa
instintiva repugnância (aversão, rejeição). Foi
esse tráfico, degenerado (corrompido, estragado)
em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e
pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo,
compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa
exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro
dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. - O Céu e o Inferno, 1ª Parte,
cap. XI.)
10. A mediunidade é
coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero
de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a
mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à
custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes
até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido
salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os
apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure,
pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na
mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que
materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e
os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada
por onde subam.
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