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Página de preparo:
Cap
81 - A candeia viva (Livro “Fonte viva”, de Emmanuel, psicografado por Chico
Xavier)
"Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo da mesa,
mas no velador (suporte para colocar o candeeiro ou a
vela), e assim alumia (ilumina) a todos
os que estão na casa". - Jesus (Mateus, 5:15).
Muitos
aprendizes interpretaram semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação
sistemática, e desvairaram-se (agem como alucinados)
através de veementes (enérgicos, fervorosos) discursos em toda parte.
Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os
vizinhos, através de propaganda compulsória (obrigatória)
da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.
Em verdade
o sermão (discurso) edificante (construtivo, benéfico) e o auxílio fraterno são
indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé.
Sem a
palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento. Sem o amparo irmão,
a fraternidade não se concretizará no mundo.
A
assertiva (afirmação) de Jesus, todavia, atinge
mais além.
Atentemos
para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível.
Sem o
sacrifício da energia ou do óleo não há luz.
Para nós,
aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.
Nossa
existência e a candeia Viva.
É um erro
lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de
nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.
Coloquemos
nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.
Ninguém
deve amealhar (economizar, guardar) as vantagens
da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente
encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas (privilégios, vantagens), quanto à difusão do bem, se
persevera na observância do Amor Universal.
Prega,
pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus
lábios; insta (insista, solicite) com parentes e
amigos para que aceitem as verdades imperecíveis (imutáveis,
que são eternas); mas, não olvides (esqueças)
que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.
Transforma
as tuas energias em bondade e compreensão redentoras (salvadoras)
para toda gente, gastando, para isso, o óleo de tua boa vontade, na renúncia e
no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar.
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Capítulo 24 (Não ponhais a candeia (lamparina,
luminária antiga) debaixo do alqueire (mobília
antiga, dos tempos de Jesus) ) , itens 1 ao 7
(Candeia sob o alqueire. Porque fala Jesus por parábolas (ensino de lições comparando-as com situações do dia a dia)
)
Candeia sob o alqueire. Porque fala Jesus por parábolas
1. Ninguém acende
uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o
candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (S. MATEUS, cap.
V, v.15.)
2. Ninguém há
que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha
debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a
luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que
não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (S. LUCAS, cap. VIII, vv.
16 e 17.)
3. Aproximando-se,
disseram-lhe os discípulos: Por que lhes falas por parábolas? -
Respondendo-lhes, disse ele: É porque, a vós outros, foi dado conhecer os
mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado (1). Porque,
àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele,
entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. - Falo-lhes por
parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não escutam e não compreendem.
-E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos
ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque, o
coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e
fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para
que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, eu não os cure.
(S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 15.)
(1) No original francês falta o versículo 12 que aqui
repomos. - A Editora da FEB, em 1948.
4. É de causar
admiração diga Jesus que a luz não deve ser colocada debaixo do alqueire,
quando ele próprio constantemente oculta o sentido de suas palavras sob o véu
da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus
apóstolos: "Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de
compreender certas coisas. Eles vêem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora,
pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado
vos foi compreender estes mistérios." Procedia, portanto, com o povo, como
se faz com crianças cujas idéias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica
o verdadeiro sentido da sentença: "Não se deve pôr a candeia debaixo do
alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver."
Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente (sem critério) todas as coisas. Todo ensinamento deve
ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto
há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria (causaria
encanto ou fascinação), sem as esclarecer.
Dá-se com os homens,
em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua
infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época
própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a
prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque,
chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a
luz viva; pesa-lhes a obscuridade (pouco conhecimento,
dificuldade de compreender). Tendo-lhes Deus outorgado (concedido, permitido) a inteligência para
compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam
de raciocinar sobre sua fé. E então que não se deve pôr a candeia debaixo do
alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Cap. XIX, nº
7.)
5. Se, pois, em sua
previdente sabedoria, a Providência só gradualmente (aos
poucos) revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a
Humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém de
reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase
sempre as ocultam do vulgo (povo, pessoas) com o
intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz
debaixo do alqueire. É por isso que todas as religiões têm tido seus mistérios,
cujo exame proíbem. Mas, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a
Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. Havendo-se
tornado adulto, o vulgo entendeu de penetrar o fundo das coisas e eliminou de
sua fé o que era contrário à observação.
Não podem existir
mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que
não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o
que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em
mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda
se encontra em pleno nevoeiro.
6. Pergunta-se: que
proveito podia o povo tirar dessa multidão de parábolas, cujo sentido se lhe
conservava impenetrável? E de notar-se que Jesus somente se exprimiu (falava) por parábolas sobre as partes de certo modo
abstratas (que não se pode pegar ou tocar) da
sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade para com o próximo e da humildade
condições básicas da salvação, tudo o que disse a esse respeito é inteiramente
claro, explícito (transparente) e sem
ambigüidade (duplo sentido ou dupla interpretação)
alguma. Assim devia ser, porque era a regra de conduta, regra que todos tinham
de compreender para poderem observá-la. Era o essencial para a multidão
ignorante, à qual ele se limitava a dizer: "Eis o que é preciso se faça
para ganhar o reino dos céus." Sobre as outras partes, apenas aos
discípulos desenvolvia o seu pensamento. Por serem eles mais adiantados, moral
e intelectualmente, Jesus pôde iniciá-los no conhecimento de verdades mais
abstratas. Daí o haver dito: Aos que já têm, ainda mais se dará. (Cap.
XVIII, nº 15.)
Entretanto, mesmo
com os apóstolos, conservou-se impreciso acerca de muitos pontos, cuja completa
inteligência ficava reservada a ulteriores tempos (tempos
mais lá na frente). Foram esses pontos que deram ensejo (chance, oportunidade) a tão diversas interpretações,
até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, revelassem as novas
leis da Natureza, que lhes tornaram perceptível o verdadeiro sentido.
7. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros;
não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os
Espíritos, ao darem suas instruções. Só gradual (por
etapas) e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas
da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for
tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade (escuridão).
Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a
reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo
assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria
ficar prejudicada a sua propagação. Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo
ostensivamente (de forma exagerada) , não é
porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam
penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada
coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada idéia tempo para
amadurecer e propagar-se, antes que apresentem outra, e aos acontecimentos o
de preparar a aceitação dessa outra.
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