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Pequeno dicionário das palavras contidas no estudo de hoje:
Página de preparo:
112
- Que farei? (Livro “Fonte Viva”, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
"Que farei?" - Paulo (Atos, 22:10).
Milhares
de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado (habituado, enraizado) ao comodismo.
Como
dominarei? - interrogam alguns.
Como
descansarei? - indagam outros.
E os rogos
(pedidos) se multiplicam, estranhos,
reprováveis, incompreensíveis...
Há quem
peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas (que não se justificam, sem sentido), quem suspire por
negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz
e do bem.
A pergunta
do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença
Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.
O grande
trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem
descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção
de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.
- Que
farei? - disse a Jesus, compreendendo o impositivo (imposição)
do esforço que lhe cabia.
E o Mestre
determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor,
através do próprio sacrifício.
Se foste
chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e
benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação (estacionado, parado) espiritual.
Procuremos
com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos,
vitoriosos, para a sublime renovação.
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Capítulo 27 (Pedi e obtereis) , itens 18 ao
21 (Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores)
Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores
18. Os Espíritos sofredores
reclamam (pedem) preces e estas lhes são
proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se
sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta:
reanima-os, incute-lhes (introduzem, sugerem) o
desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente,
desvia-lhes do mal o pensamento. E nesse sentido que lhes pode não só aliviar,
como abreviar os sofrimentos. (Veja-se: O Céu e o Inferno, 2ª Parte -
"Exemplos".)
19. Pessoas há que
não admitem a prece pelos mortos, porque, segundo acreditam, a alma só tem duas
alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas, resultando, pois, em
ambos os casos, inútil a prece. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos,
por instantes, a realidade das penas eternas e irremissíveis (imperdoáveis) e que as nossas preces sejam impotentes
para lhes pôr termo (fim). Perguntamos se, nessa
hipótese, será lógico, será caridoso, será cristão recusar a prece pelos
réprobos (condenados, excluídos)? Tais preces,
por mais impotentes que fossem para os liberar, não lhes seriam uma
demonstração de piedade capaz de abrandar-lhes os sofrimentos? Na Terra, quando
um homem é condenado a galés (condenações)
perpétuas, quando mesmo não haja a mínima esperança de obter-se para ele
perdão, será defeso a uma pessoa caridosa ir carregar-lhe os grilhões (correntes), para aliviá-lo do peso destes? Em sendo
alguém atacado de mal incurável, dever-se-á, por não haver para o doente
esperança nenhuma de cura, abandoná-lo, sem lhe proporcionar qualquer alivio?
Lembrai-vos de que, entre os réprobos (condenados,
excluídos), pode achar-se uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez
um pai, uma mãe, ou um filho, e dizei se, não havendo, segundo credes,
possibilidade de ser perdoado esse ente, lhe recusaríeis um copo dágua para
mitigar-lhe (reduzir, diminuir) a sede? um
bálsamo (alívio) que lhe seque as chagas (dores, doenças)? Não faríeis por ele o que faríeis
por um galé (condenado)? Não lhe daríeis uma
prova de amor, uma consolação? Não, isso cristão não seria. Uma crença que
petrifica o coração é incompatível com a crença em um Deus que põe na primeira
categoria dos deveres o amor ao próximo.
A não eternidade das
penas não implica a negação de uma penalidade temporária, dado não ser possível
que Deus, em sua justiça, confunda o bem e o mal. Ora, negar, neste caso, a
eficácia da prece, fora negar a eficácia da consolação, dos encorajamentos, dos
bons conselhos; fora negar a força que haurimos (extraímos,
tiramos de nosso interior) da assistência moral dos que nos querem bem.
20. Outros se fundam
numa razão mais especiosa (ilusória): a
imutabilidade dos decretos divinos. Deus, dizem esses, não pode mudar as suas
decisões a pedido das criaturas; a não ser assim, careceria de estabilidade o
mundo. O homem, pois, nada tem de pedir a Deus, só lhe cabendo submeter-se e
adorá-lo.
Há, nesse modo de
raciocinar, uma aplicação falsa do princípio da imutabilidade da lei divina, ou
melhor, ignorância da lei, no que concerne (diz respeito)
à penalidade futura. Essa lei revelam-na hoje os Espíritos do Senhor, quando o
homem se tornou suficientemente maduro para compreender o que, na fé, é
conforme ou contrário aos atributos divinos.
Segundo o dogma (crença na qual não se admite contestação) da
eternidade absoluta das penas, não se levam em conta ao culpado os remorsos,
nem o arrependimento. É-lhe inútil todo desejo de melhorar-se: está condenado a
conservar-se perpetuamente (eternamente) no mal.
Se a sua condenação foi por determinado tempo, a pena cessará, uma vez expirado
esse tempo. Mas, quem poderá afirmar que ele então possua melhores sentimentos?
Quem poderá dizer que, a exemplo de muitos condenados da Terra, ao sair da
prisão, ele não seja tão mau quanto antes? No primeiro caso, seria manter na
dor do castigo um homem que volveu (retornou) ao
bem; no segundo, seria agraciar a um que continua culpado. A lei de Deus é mais
previdente. Sempre justa, eqüitativa e misericordiosa, não estabelece para a
pena, qualquer que esta seja, duração alguma. Ela se resume assim:
21. "O homem
sofre sempre a conseqüência de suas faltas; não há uma só infração à lei de
Deus que fique sem a correspondente punição.
"A severidade
do castigo é proporcionada à gravidade da falta.
"Indeterminada
é a duração do castigo, para qualquer falta; fica subordinada ao
arrependimento do culpado e ao seu retorno a senda (caminho)
do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se
perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento.
"Desde que o
culpado clame (implore, peça) por misericórdia,
Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas, não basta o simples pesar do mal
causado; é necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas
provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o
mal que haja feito.
"O homem é,
assim, constantemente, o árbitro de sua própria sorte; pertence-lhe abreviar ou
prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua felicidade ou a sua desgraça
dependem da vontade que tenha de praticar o bem."
Tal a lei, lei imutável
e em conformidade com a bondade e a justiça de Deus.
Assim, o Espírito
culpado e infeliz pode sempre salvar-se a si mesmo: a lei de Deus estabelece a
condição em que se lhe toma possível fazê-lo. O que as mais das vezes lhe falta
é a vontade, a força, a coragem. Se, por nossas preces, lhe inspiramos essa
vontade, se o amparamos e animamos; se, pelos nossos conselhos, lhe damos as
luzes de que carece, em lugar de pedirmos a Deus que derrogue (altere) a sua lei, tornamo-nos instrumentos da
execução de outra lei, também sua, a de amor e de caridade, execução em
que, desse modo, ele nos permite participar, dando nós mesmos, com isso, uma
prova de caridade. (Veja-se O Céu e o Inferno, lª Parte, caps. IV, VII,
VIII.)
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