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Página de preparo:
Cap
66 - Como pedes? (Livro “Caminho, verdade e vida”, de Emmanuel, psicografado
por Chico Xavier)
“Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis,
para que o vosso gozo (desejo) se cumpra.” -
Jesus (João, 16:24)
Em muitos
recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração.
Não
prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome? Muitos corações
permanecem desalentados (desanimado, sem forças para
agir) porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres
imprevistos lhes surgiram na estrada comum.
Entretanto,
repitamos, o Mestre Divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome.
Por isso
mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a
consciência sobre o conteúdo de suas rogativas (pedidos,
preces) ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.
Estará
suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? Reclamar, em virtude dos
caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao Divino Sol a
poeira das inquietações terrenas; mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a
vontade sábia e amorosa, é entregar-se-lhe de coração para que nos seja
concedido o necessário.
Somente
nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo
completo, a infinita alegria.
Observa a
substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo?
Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas
rogativas.
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Capítulo 27 (Pedi e obtereis) , itens 5 ao 8
(Eficácia da prece)
Eficácia da prece
5. Seja o que for
que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes.
(S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)
6. Há quem conteste
a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as
nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim
pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem
as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
Sem dúvida alguma,
há leis naturais e imutáveis que não podem ser abrogadas (eliminadas, anuladas) ao capricho de cada um; mas,
daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à
fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do
que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese,
só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo (submissão,
conformidade) dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera
ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou (concedeu,
permitiu, aprovou) a razão e a inteligência, para que ele as deixasse
sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo.
Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e
aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos
à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não
quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso
do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o
mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar
a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência
(aprovação, permissão) à sua vontade.
7. Desta máxima:
"Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", fora ilógico
deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não
acede (atende, concede) a toda súplica que se
lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É
como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos
seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é
de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o
cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a
cura.
O que Deus lhe
concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a
resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das
dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos,
deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si
mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te
ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho,
sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o
homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap.
XXV, nº 1 e seguintes.)
8. Tomemos um
exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente.
Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo
lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de
levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si Por um movimento
maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e
descobre ao longe um regato (pequeno rio, riacho).
Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus,
pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a
fé, exclamará: "Que boa idéia tive! Que sorte a minha de
tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve
admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter
deixado abater!"
Mas, dirão, por que
o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que
encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar
e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da
intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve
ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus
põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua
vontade. Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, dando
com alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê
pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha.
Se o anjo que
acompanhou a Tobias lhe houvera dito: "Sou enviado por Deus para te guiar
na tua viagem e te preservar de todo perigo", nenhum mérito teria tido
Tobias. Fiando-se no seu companheiro, nem sequer de pensar teria precisado.
Essa a razão por que o anjo só se deu a conhecer ao regressarem.
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