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Pequeno dicionário das palavras contidas no estudo de hoje:
Página de preparo:
Cap 137 - Inimigos (Livro
“Pão Nosso”, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
“Amai,
pois, os vossos inimigos.”– Jesus. (Lucas, 6:35)
A
afirmativa do Mestre Divino merece meditação em toda parte. Naturalmente que a
recomendação, quanto ao amor aos inimigos, pede análise especial.
A
multidão, em geral, não traduz o verbo amar senão pelas atividades cariciosas (de carícias, carinho). Para que um homem demonstre
capacidade afetiva, ante os olhos vulgares (comuns),
precisará movimentar imenso cabedal (preparo, recursos,
argumentos) de palavras e atitudes ternas (suaves,
brandas), quando sabemos que o amor pode resplandecer (expressar-se com brilho) no coração das criaturas sem
qualquer exteriorização superficial. Porque o Pai nos confira experiências laboriosas
(trabalhosas, árduas) e rudes, na terra ou
noutros mundos, não lhe podemos atribuir qualquer negação de amor.
No terreno
a que se reporta o Amigo Divino, é justo nos detenhamos em legítimas
ponderações.
Onde há
luta há antagonismo (oposição), revelando a
existência de circunstâncias com as quais não seria lícito (admissível) concordar em se tratando de bem comum.
Quando o Senhor nos aconselhou amar os inimigos, não exigiu aplausos ao que
rouba ou destrói, deliberadamente, nem mandou multiplicarmos as asas da
perversidade ou da má fé. Recomendou, realmente, auxiliarmos os mais cruéis; no
entanto, não com aprovação indébita (livre de débitos)
e sim com a disposição sincera e fraterna de ajudá-los a se reerguerem para a
senda (caminho) divina, através da paciência, do
recurso construtivo ou do trabalho restaurador. O Mestre, acima de tudo,
preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em
disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.
Ama, pois,
os que se mostram contrários ao teu coração, amparando-os fraternalmente com
todas as possibilidades de socorro ao teu alcance, convicto de que semelhante
medida te livrará do calamitoso duelo do mal contra o mal.
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Capítulo 28 (Coletânea de preces espíritas) , III - Preces por
outrem - Pelos inimigos do Espiritismo (itens 50 ao 52)
III - PRECES POR OUTREM
Pelos inimigos do Espiritismo
50. Bem-aventurados
os famintos de justiça, porque serão saciados (satisfeitos).
Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Ditosos (felizes) sereis, quando os homens vos carregarem de
maldições, vos perseguirem e falsamente disserem contra vós toda espécie de
mal, por minha causa. - Rejubilai-vos (alegrai-vos),
então, porque grande recompensa vos está reservada nos céus, pois assim
perseguiram eles os profetas enviados antes de vós. (S. MATEUS, cap. V, vv. 6 e
10 a 12.)
Não temais os que
matam o corpo, mas que não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode
perder alma e corpo no inferno. (S. MATEUS, cap. X, v. 28.)
51. PREFÁCIO.
De todas as liberdades, a mais inviolável (sagrada,
intocável) é a de pensar, que abrange (inclui)
a de consciência. Lançar alguém anátema (condenação,
reprovação) sobre os que não pensam como ele é reclamar para si essa
liberdade e negá-la aos outros, é violar o primeiro mandamento de Jesus: a
caridade e o amor do próximo. Perseguir os outros, por motivos de suas crenças,
é atentar contra o mais sagrado direito que tem todo homem o de crer no que lhe
convém e de adorar a Deus como o entenda. Constrangê-los a atos exteriores semelhantes
aos nossos é mostrarmos que damos mais valor à forma do que ao fundo, mais às
aparências, do que à convicção. Nunca a abjuração (renúncia,
abandono de uma religião) forçada deu a quem quer que fosse a fé; apenas
pode fazer hipócritas (fingir algo que na realidade não
somos). E um abuso da força material, que não prova a verdade. A
verdade é senhora de si: convence e não persegue, porque não precisa
perseguir.
O Espiritismo é uma
opinião, uma crença; fosse (1) até uma religião, por que se não teria a
liberdade de se dizer espírita, como se tem a de se dizer católico,
protestante, ou judeu, adepto de tal ou qual doutrina filosófica, de tal ou
qual sistema econômico? Essa crença é falsa, ou é verdadeira, se é falsa, cairá
por si mesma, visto que o erro não pode prevalecer contra a verdade, quando se
faz luz nas inteligências. Se é verdadeira, não haverá perseguição que a torne
falsa.
(1) Ver "Reformador" de 1946, pág. 253;
"Revue Spirite", de dezembro de 1868; "Allan Kardec", de
Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, vol. III, pág. 100. Nota da Editora da FEB.
A perseguição é o
batismo de toda idéia nova, grande e justa e cresce com a magnitude (grandeza) e a importância da idéia. O furor (fúria) e o desabrimento (agir
com grosseria, rude, áspero) dos seus inimigos são proporcionais ao
temor que ela lhes inspira. Tal a razão por que o Cristianismo foi perseguido
outrora (tempos atrás) e por que o Espiritismo o
é hoje, com a diferença, todavia, de que aquele o foi pelos pagãos (politeístas, que acreditavam na existência de vários deuses),
enquanto o segundo o é por cristãos. Passou o tempo das perseguições
sangrentas. é exato; contudo, se já não matam o corpo, torturam a alma,
atacam-na até nos seus mais íntimos sentimentos, nas suas mais caras afeições.
Lança-se a desunião nas famílias, excita-se a mãe contra a filha, a mulher
contra o marido; investe-se mesmo contra o corpo, agravando-se-lhe as
necessidades materiais, tirando-se-lhe o ganha-pão, para reduzir pela fome o
crente. (Cap. XXIII, nº 9 e seguintes.)
Espíritas, não vos
aflijais com os golpes que vos desfiram, pois eles provam que estais com a
verdade. Se assim não fosse, deixar-vos-iam tranqüilos e não vos procurariam
ferir. Constitui uma prova para a vossa fé, porquanto é pela vossa coragem,
pela vossa resignação e pela vossa paciência que Deus vos reconhecerá entre os
seus servidores fiéis, a cuja contagem ele hoje procede, para dar a cada um a
parte que lhe toca, segundo suas obras.
A exemplo dos
primeiros cristãos, carregai com altivez (dignidade)
a vossa cruz. Crede na palavra do Cristo, que disse: "Bem-aventurados os
que sofrem perseguição por amor da justiça, que deles é o reino dos céus. Não
temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma." Ele também
disse: "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos fazem mal e orai
pelos que vos perseguem. Mostrai que sois seus verdadeiros discípulos e que a
vossa doutrina é boa, fazendo o que ele disse e fez.
A perseguição pouco
durará. Aguardai com paciência o romper da aurora (claridade
que vem antes do nascer do sol), pois que já rutila (brilha) no horizonte a estrela d'alva. (Cap. XXIV, nº
13 e seguintes.)
52. Prece. -
Senhor, tu nos disseste pela boca de Jesus, o teu Messias (libertador, salvador): "Bem-aventurados os que
sofrem perseguição por amor da justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos
que vos persigam." E ele próprio nos deu o exemplo, orando pelos seus
algozes (que agem de forma cruel, má, desumana).
Seguindo esse
exemplo, meu Deus, imploramos a tua misericórdia para os que desprezam os teus
sacratíssimos (sagrados) preceitos, únicos capazes de facultar (permitir) a paz neste mundo e no outro. Como o
Cristo, também nós te dizemos: "Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que
fazem."
Dá-nos forças para
suportar com paciência e resignação, como provas para a nossa fé e a nossa
humildade, seus escárnios (deboches, zombarias),
injúrias, calúnias e perseguições; isenta-nos de toda idéia de represálias,
visto que para todos soará a hora da tua justiça, hora que esperamos submissos
à tua vontade santa.
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