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Página de preparo:
Cap
3 - Na grande romagem (viagem, caminho, romaria,
peregrinação). (Livro “Fonte viva”, de Emmanuel, psicografado por Chico
Xavier)
Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar
que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia". - Paulo
(Hebreus, 11:8)
Pela fé, o
aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime (grandiosa, elevada) herança que lhe é destinada.
A
conscrição (convocação, engajamento) atinge a
todos.
O grande
patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por
nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
Ignoramos
as estações de contacto na caminhada enorme, mas estamos informados de que o
nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas
vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? quantas vezes
transitaremos pelo trilho escabroso (sombrio, difícil)
da incompreensão? quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito?
quantas nuvens estarão interpostas (no meio),
entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda (estrada, caminho)?
Insolúvel (sem resposta) a resposta.
Importa,
contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção (salvação), sem esmorecimento (abatimento,
desânimo).
Hoje, é o
suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em
seguida, é a solidão...
Ainda
assim, é indispensável seguir sem desânimo.
Quando não
seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo
menos, alguns milímetros...
Abre-se a
vanguarda (frente, dianteira) em horizontes
novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.
Subamos,
sem repouso, pela montanha escarpada (difícil, íngreme,
inclinada):
Vencendo
desertos...
Superando
dificuldades...
Varando
nevoeiros...
Eliminando
obstáculos...
Abraão
obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.
Obedeçamos,
por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos (certos, convencidos) de que o Senhor nos espera, além
da nossa cruz, nos cimos (cume, alto)
resplandecentes (luminosa, brilhante) da eterna
ressurreição.
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Capítulo 19 (A fé transporta montanhas) , itens 6 e 7 (A fé religiosa. Condição da fé inabalável)
A fé religiosa. Condição da fé inabalável
6. Do ponto de vista
religioso, a fé consiste na crença em dogmas (verdades
indiscutíveis) especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas
elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou
cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o
verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão.
Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando (construindo, trabalhando) no erro, cedo ou tarde
desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada
tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na
obscuridade, também o é à luz meridiana (luz do
dia). Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar
(avisar, alertar, advertir) alguém a fé cega
sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com
a razão.
7. Diz-se
vulgarmente que a fé não se prescreve (impõe,
obriga), donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa
de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é
mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja
impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários (rebeldes,
desobedientes). Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou
qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre
ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la.
Tende, pois, como certo que os que dizem: "Nada de melhor desejamos do que
crer, mas não o podemos", apenas de lábios o dizem e não do íntimo,
porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto,
chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há
descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte
da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força
superior, porque teria de curvar-se diante dela.
Em certas pessoas, a
fé parece de algum modo inata (que já vem na pessoa, de
nascença); uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de
assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em
outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos
evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam;
trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação
feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela,
entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em
outra.
A resistência do
incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por
que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a
inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver;
é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século
(1), tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior
número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação (abrir mão) de uma das mais preciosas prerrogativas (vantagens, privilégios) do homem: o raciocínio e o
livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e
dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo
provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida.
A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade
deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão
porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que
pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
A esse resultado
conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não
encontra oposição sistemática e interessada.
(1)
Kardec escreveu essa palavras no século XIX. Hoje, o espírito humano tornou-se
ainda mais exigente: a fé cega está abandonada; reina descrença nas Igrejas que
a impunham. As massas humanas vivem sem ideal, sem esperança em outra vida e
tentam transformar o mundo pela violência. As lutas econômicas engedraram as mais
exóticas doutrinas de ação e reação. Duas guerras mundiais assolaram o
planeta,numa ânsia furiosa de predomínio econômico.Toda a esperança da
Humanidade hoje se apóia no Espiritismo, na restauração do Cristianismo,
baseada em fatos que demonstram os princípios básicos da Doutrina cristã:
eternidade da vida, responsabilidade ilimitada de pensamentos, palavras e atos.
Sem a Terceira Revelação o mundo estaria irremediavelmente perdido pelo choque
das mais desencontradas ideologias materialistas e violentistas. - A Editora da
FEB, em 1948. *******************************************************************************
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