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Página de preparo:
Cap 163 – O irmão (Livro
“Vinha de luz”, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)
"A caridade é sofredora, é benigna (boa); a caridade não é invejosa, não trata com leviandade (imprudência), não se ensoberbece (vangloria-se)." - Paulo (I Coríntios, 13:4).
Quem dá para mostrar-se é vaidoso.
Quem dá para torcer o pensamento dos
outros, dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares, é tirano.
Quem dá para livrar-se do sofredor é
displicente.
Quem dá para exibir títulos efêmeros
(temporários, passageiros) é tolo.
Quem dá para receber com vantagens é
ambicioso.
Quem dá para humilhar é companheiro
das obras malignas.
Quem dá para sondar (avaliar, explorar, investigar) a extensão do mal é
desconfiado.
Quem dá para afrontar a posição dos
outros é soberbo (considera-se superior aos outros).
Quem dá para situar o nome na
galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso.
Quem dá para prender o próximo e
explorá-lo é delinqüente potencial.
Em todas essas situações, na maioria
dos casos, quem dá se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá, de
mente cristalizada na indiferença ou na secura; todavia, para aquele que dá,
irradiando o amor silencioso, sem propósitos de recompensa e sem mescla de
personalismo inferior, reserva o Plano Maior o título de Irmão.
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Capítulo 16 (Não se pode servir a Deus e a Mamon ) , item 14 (INSTRUÇÕES
DOS ESPÍRITOS - Desprendimento dos bens terrenos) (Mamon
é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou
cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade.
Como ser, Mamon representa o terceiro pecado, a Ganância, Avareza, ou obsessão
pelo dinheiro.)
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
Desprendimento dos bens terrenos
14. Venho, meus
irmãos, meus amigos, trazer-vos o meu óbolo (donativo,
contribuição), a fim de vos ajudar a avançar, desassombradamente (sem medo), pela senda (caminho)
do aperfeiçoamento em que entrastes. Nós nos devemos uns aos outros; somente
pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os encarnados será possível
a regeneração.
O amor aos bens
terrenos constitui um dos mais fortes óbices (obstáculos)
ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens,
destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas
materiais. Sede sinceros: proporciona a riqueza uma felicidade sem mescla?
Quando tendes cheios os cofres, não há sempre um vazio no vosso coração? No fundo
dessa cesta de flores não há sempre oculto um réptil? Compreendo a satisfação,
bem justa, aliás, que experimenta o homem que, por meio de trabalho honrado e
assíduo, ganhou uma fortuna; mas, dessa satisfação, muito natural e que Deus
aprova, a um apego que absorve todos os outros sentimentos e paralisa os
impulsos do coração vai grande distância, tão grande quanto a que separa da
prodigalidade (desperdício) exagerada a sórdida (mesquinha, repugnante) avareza, dois vícios entre os
quais colocou Deus a caridade, santa e salutar (saudável)
virtude que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem
baixeza.
Quer a fortuna vos
tenha vindo da vossa família, quer a tenhais ganho com o vosso trabalho, há uma
coisa que não deveis esquecer nunca: é que tudo promana (procede) de Deus, tudo retorna a Deus. Nada vos pertence na Terra,
nem sequer o vosso pobre corpo: a morte vos despoja dele, como de todos os bens
materiais. Sois depositários e não proprietários, não vos iludais. Deus vo-los
emprestou, tendes de lhos restituir; e ele empresta sob a condição de que o
supérfluo, pelo menos, caiba aos que carecem do necessário.
Um dos vossos amigos
vos empresta certa quantia. Por pouco honesto que sejais, fazeis questão de lha
restituirdes escrupulosamente (cuidadosamente) e
lhe ficais agradecido. Pois bem: essa a posição de todo homem rico. Deus é o
amigo celestial, que lhe emprestou a riqueza, não querendo para si mais do que
o amor e o reconhecimento do rico. Exige deste, porém, que a seu turno dê aos pobres,
que são, tanto quanto ele, seus filhos.
Ardente e desvairada
cobiça despertam nos vossos corações os bens que Deus vos confiou. Já
pensastes, quando vos deixais apegar imoderadamente a uma riqueza perecível (com prazo de validade) e passageira como vós mesmos,
que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que vos veio dEle?
Olvidais (esqueceu) que, pela riqueza, vos
revestistes do caráter sagrado de ministros da caridade na Terra, para serdes
da aludida (referida) riqueza dispensadores inteligentes?
Portanto, quando somente em vosso proveito usais do que se vos confiou, que
sois, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos
vossos deveres? A morte, inflexível, inexorável (inevitável),
rasga o véu sob que vos ocultáveis e vos força a prestar contas ao Amigo que
vos favorecera e que nesse momento enverga diante de vós a toga de juiz.
Em vão procurais na
Terra iludir-vos, colorindo com o nome de virtude o que as mais das vezes não
passa de egoísmo. Em vão chamais economia e previdência ao que apenas é cupidez
(ambição, ganância) e avareza, ou generosidade
ao que não é senão prodigalidade (desperdício)
em proveito vosso. Um pai de família, por exemplo, se abstém (abre mão) de praticar a caridade, economizará,
amontoará ouro, para, diz ele, deixar aos filhos a maior soma possível de bens
e evitar que caiam na miséria. E muito justo e paternal, convenho, e ninguém
pode censurar. Mas será sempre esse o único móvel a que ele obedece? Não será muitas
vezes um compromisso com a sua consciência, para justificar, aos seus próprios
olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrenais? Admitamos, no
entanto, seja o amor paternal o único móvel que o guie. Será isso motivo para
que esqueça seus irmãos perante Deus? Quando já ele tem o supérfluo, deixará na
miséria os filhos, por lhes ficar um pouco menos desse supérfluo? Não será,
antes, dar-lhes uma lição de egoísmo e endurecer-lhes os corações? Não será
estiolar (enfraquecer) neles o amor ao próximo?
Pais e mães, laborais (trabalharam) em grande
erro, se credes que desse modo granjeais (conquistou)
maior afeição dos vossos filhos. Ensinando-lhes a ser egoístas para com os
outros, ensinais-lhes a sê-lo para com vos mesmos.
A um homem que muito
haja trabalhado, e que com o suor de seu rosto acumulou bens, é comum ouvirdes
dizer que, quando o dinheiro é ganho, melhor se lhe conhece o valor. Nada mais
exato. Pois bem! Pratique a caridade, dentro das suas possibilidades, esse
homem que declara conhecer todo o valor do dinheiro, e maior será o seu
merecimento, do que o daquele que, nascido na abundância, ignora as rudes
fadigas do trabalho. Mas, também, se esse homem, que se recorda dos seus
penares, dos seus esforços, for egoísta, impiedoso para com os pobres, bem mais
culpado se tornará do que o outro, pois, quanto melhor cada um conhece por si
mesmo as dores ocultas da miséria, tanto mais propenso deve sentir-se em
aliviá-las nos outros.
Infelizmente, sempre
há no homem que possui bens de fortuna um sentimento tão forte quanto o apego
aos mesmos bens: é o orgulho. Não raro, vê-se o arrivista atordoar, com a
narrativa de seus trabalhos e de suas habilidades, o desgraçado que lhe pede
assistência, em vez de acudi-lo, e acabar dizendo: "Faça o que eu
fiz." Segundo o seu modo de ver, a bondade de Deus não entra por coisa
alguma na obtenção da riqueza que conseguiu acumular; pertence-lhe a ele,
exclusivamente, o mérito de a possuir. O orgulho lhe põe sobre os olhos uma
venda e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda a sua inteligência e de toda a sua
aptidão, não compreende que, com uma só palavra, Deus o pode lançar por terra.
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