Evangelho no Lar Nº 1 - Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo - Por Sérgio W. Soares
Estudo da Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo. Tira-dúvidas sobre como proceder no Culto do Evangelho no Lar. Quem pode frequentar o Culto do Evangelho no Lar? Além da nossa família, quem mais pode participar? Modelo de prece inicial e final para o Evangelho no Lar. Tudo isso está no vídeo desta semana, bem como o primeiro Evangelho no Lar. Página de preparo: Jesus Contigo (Messe de Amor - Joanna de Angelis - Psicografia de Divaldo Franco) Semanalmente em nosso site www.psicografiasdeamor.blogspot.com ou www.evangelhonolar2012.blogspot.com , estaremos fazendo o estudo de cada capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo, afim de auxiliar nos estudos do mesmo e sermos semeadores de Jesus. No facebook basta procurar os grupos "Psicografias de amor" ou "Evangelho no lar 2012" Muita paz a todos e bom estudo!
Roteiro do Estudo desta semana:
Tira-dúvidas:
1 – QUEM PODE, QUEM DEVE FREQÜENTAR O CEL ? Todos que desejarem. Não se pode obrigar os familiares participem do Evangelho no Lar, no entanto podemos convidá-los explicando-lhes os benefícios e de que não se trata de uma Sessão Espírita. O objetivo é o estudo do Evangelho para praticarmos a reforma moral. Ademais, em muitas ocasiões contamos em família com pessoas de outras religiões. Se o espiritismo é bom para nós, do mesmo modo as religiões dos nossos irmãos também são para eles.
2 – ALÉM DA NOSSA FAMÍLIA QUEM PODE PARTICIPAR ? Devemos ficar atentos para a quantidade de participantes, como também quem são as “pessoas-candidatas” a participarem do Evangelho no Lar. O lar é ambiente sagrado, portanto não deve ser perturbado por pessoas em estado de desequilíbrio.
3- SERIA POSSÍVEL COLOCAR AQUI ALGUMA PRECE PARA INÍCIO E TÉRMINO DO ESTUDO?
A prece deve ser espontânea, pois Deus lhe entenderá principalmente por seus sentimentos, e não necessariamente por palavras bonitas de um texto. Portanto não se deve ficar tão preocupado assim. De qualquer forma colocamos uma prece que pode servir como modelo e adaptada de acordo com cada um.
Ao iniciar: “Deus, Mestre Jesus, obrigado por mais esta oportunidade de aprendizado de seu Evangelho de amor. Aos amigos e irmãos aqui presentes, sejam todos bem vindos, assim como nossos amigos espirituais, anjos consoladores e guardiães aqui presentes nos auxiliando em mais um evangelho no Lar. Em Teu nome pedimos permissão para o início dos estudos de hoje e que todos nós posamos aprender um pouco mais. Graças a Deus”
Ao finalizar: “Deus, Jesus, benfeitores do plano suprior e amigos aqui presentes, agradecemos por mais esta oportunidade do aprendizado dos ensinamentos de Jesus, assim como a sustentação dada pelos amigos espirituais a mais este evangelho no lar, num clima de paz, amor e harmonia. Que cada um de nós possa agora colocar na prática aquilo que foi aprendido hoje e que possamos na próxima semana, neste mesmo horário, estarmos juntos para mais um Evangelho no lar. Pedimos a Ti, permissão para o encerramento dos estudos de hoje. Graças a Deus
Página de preparo do estudo desta semana: Jesus Contigo (Livro "Messe de amor" - Joanna de Angelis - psicografia: Divaldo Franco)
Dedica uma das sete noites da semana ao Culto Evangélico no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa. Prepara a mesa, coloca água pura, abre o Evangelho, distende a mensagem da fé, enlaça a família e ora. Jesus virá em visita.
Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo e a saúde derrama vinho de paz para todos. Jesus no Lar é a vida para o Lar. Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável. Distende, da tua casa cristã, a luz do Evangelho para o mundo atormentado. Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício de comunhão com o alto. Se alguém, num edifício de apartamentos, alça ao Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia, qual lâmpada ignorada,acesa na ventania. Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a que amas, as diretrizes do Mestre e, quanto possível, debate os problemas que te afligem à luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te perturbam ante a inspiração consoladora de Cristo. Não demandes à rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possas adiar. Demora-te no Lar para que o Divino Hóspede ai também se possa demorar. E quando as luzes se apagarem à hora do repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procura fazer, a fim de que, ligado a ti, possas, em casa, uma vez por semana em sete noites, ter Jesus contigo.
ESTUDO DA SEMANA : Introdução do Evangelho segundo o Espiritismo.
I - OBJETIVO DESTA OBRA (O Evangelho Segundo o Espiritismo)
Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: 1- os atos comuns da vida do Cristo 2- os milagres 3- as predições 4- as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas 5- e o ensino moral.
As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. O ponto unânime é a MORAL.
Todos admiram a moral que consta no Evangelho (Bíblia). Muitos nunca leram e repetem apenas aquilo que ouviram dos outros. Poucos conhecem a fundo e menos ainda são os que compreendem de fato, assimilando os ensinamentos e colocando-os em prática nas suas vidas.
Uma das razões é a dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior número dos seus leitores, é difícil. Sendo assim, O Evangelho Segundo o Espiritismo reúne apenas uma coletânea dos artigos que podem compor, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto. Desta forma, O ESTUDO DA PARTE MORAL, SERVE PARA TODOS, independente de crença ou religião.
II – AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA. CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS
Entende-se que ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta. Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por mais rápido caminho e mais autêntico. Incumbiu, pois, os Espíritos de levá-la de um pólo a outro, manifestando-se por toda a parte, sem conferir a ninguém o privilégio de lhes ouvir a palavra. Um homem pode ser ludibriado, pode enganar-se a si mesmo; já não será assim, quando milhões de criaturas vêem e ouvem a mesma coisa. Constitui isso uma garantia para cada um e para todos. As revelações dos Espíritos chegam simultaneamente a diversos lugares diferentes do mundo, sempre com a mesma mensagem moral. Ainda que faltem os homens para difundi-la: haverá sempre os Espíritos, cuja atuação a todos atinge e aos quais ninguém pode atingir. Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares.
III – NOTÍCIAS HISTÓRICAS Para bem se compreenderem algumas passagens dos Evangelhos, necessário se faz conhecer o valor de muitas palavras neles freqüentemente empregadas e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época. Já não tendo para nós o mesmo sentido, essas palavras foram com freqüência mal-interpretadas, causando isso uma espécie de incerteza. A inteligência da significação delas explica, ao demais, o verdadeiro sentido de certas máximas que, à primeira vista, parecem singulares
Neste ítem encontramos as definições para: Escribas - Essênios ou esseus - Fariseus - Nazarenos - Portageiros - Publicanos - Saduceus - Samaritanos - Sinagoga - Terapeutas
IV – SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDÉIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO
As idéias ensinadas por Jesus, já eram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, tendo por principais precursores Sócrates e Platão. Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou, pelo menos, nenhum escrito deixou. Como o Cristo, teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças que encontrara e colocado a virtude real acima da hipocrisia , combatendo os preconceitos religiosos. Do mesmo modoque Jesus, a quem os fariseus acusavam de estar corrompendo o povo com os ensinamentos que lhe ministrava. Assim como a doutrina de Jesus só a conhecemos pelo que escreveram seus discípulos, da de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos de seu discípulo Platão.
RESUMO DA DOUTRINA DE SÓCRATES E DE PLATÃO
Lá encontramos 21 topicos de maior relevância que vão de encontro com os ensinamentos morais de Jesus, expostos resumidamente, para mostrar a concordância deles com os princípios do Cristianismo.
Muita paz a todos e até a próxima semana!!!
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Como fazer o culto do evangelho no lar?
O que o Evangelho no Lar pode trazer de bom para a minha casa?
O Evangelho no Lar afasta os maus espíritos?
Quantas vezes por semana devo fazer o Evangelho no lar?
Quantas pessoas são necessárias para realizar o Culto do Evangelho?
Qual a importância da água no Evangelho no lar?
Todas estas perguntas são respondidas neste video de orientação para aqueles que desejam fazer o Culto do Evangelho no lar e ainda não sabem como fazê-lo.
Além disso, semanalmente em nossos sites www.psicografiasdeamor.blogspot.com ou www.evangelhonolar2012.blogspot.com , assim como no FACEBOOK (grupos "psicografias de amor" e "Evangelho no Lar 2012") estaremos fazendo o estudo de cada capítulo do Evangelho segundo o Espiritismo, afim de auxiliar nos estudos do mesmo e sermos semeadores de Jesus nos seus ensinamentos e principalmente na sua prática.
Muita paz a todos e bom estudo!
Acrescentamos alguns textos no qual mencionamos neste vídeo, afim de facilitar os irmãos nas leituras e estudos.
Modelo sugerido para um Culto do Evangelho no Lar com duração de 30 minutos:
Obs: Parte do tempo de 22 minutos para leitura e comentários pode ser também utilizado para preces e vibrações em favor de pessoas queridas.
Entendendo sobre os efeitos da água fluidificada
O Espiritismo é CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO, sendo assim, devemos levar em consideração os 3 aspectos onde naturalmente um vem a confirmar o outro.
Nos aspectos religioso e filosófico, os espíritos já nos informavam sobre o poder das águas quando fluidificadas (energizadas).
Allan Kardec, no livro A Gênese, afirma: “as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.”
E no aspecto científico, vemos a confirmação pelo cientista japonês Masaru Emoto, com experiências fotografando cristais de água.
Basicamente, podemos dizer que as moléculas de água são sensíveis ao som, aos nossos pensamentos, palavras, ao trato e à energia que transmitimos a elas. As experiências consistiram em submeter alguns recipientes com água a várias situações: em algumas delas, a água ficou ao som de diferentes músicas; em outras, simplesmente foram coladas nos vidros palavras que remetiam a coisas boas ou ruins; em outros casos, pessoas diziam coisas como “obrigado” e “seu idiota” ao recipiente de água, e assim por diante. Depois da exposição, a água foi congelada e fotografada.
Surpreendente é o resultado! Quando o sentimento envolvido é ruim, a energia é negativa e a palavra é de ofensa, a água não forma cristais, mas fica “abalada”, “quebrada”, disforme. Mas quando se trata de palavras de carinho, sentimentos bons e boas energias, a água forma lindíssimos cristais, com um formato diferente para cada situação.
Se nosso organismo é feito de 70% de água, será provável que estejamos imunes a esses efeitos? Se vivemos em um “planeta água”, será que nossa energia não é propagada? Vale a pena parar, pensar e refletir em que podemos mudar para nos melhorarmos cada vez mais.
E, finalizando, seguem os capítulos 35,36 e 37 do livro MENSAGEIROS, de André Luiz, com a narração do que acontece durante o Culto do Evangelho no Lar, na visão do lado de lá.
35
Culto doméstico
Nas primeiras horas da noite, Dona Isabel abandonou a agulha e convidou
os filhinhos para o culto doméstico.
Notando o interesse que me despertavam as crianças, Aniceto explicou:
— As meninas são entidades amigas de “Nosso Lar”, que vieram para
serviço espiritual e resgate necessário, na Terra. O mesmo, porém, não acontece ao pequeno, que procede de região inferior.
De fato, eu identificava perfeitamente a situação, O rapazola não se
revestia de substância luminosa e atendia ao convite materno, não como quem
se alegra, mas como quem obedece.
Com tamanha naturalidade se sentaram todos em torno da mesa, que
compreendi a antigüidade daquele abençoado costume familiar. A filha mais
velha, que atendia por Joaninha, trazia cadernos de anotações e recortes de
jornais.
A viúva sentou-se à cabeceira e, após meditar breves instantes,
recomendou à pequena Neli, de nove anos, fizesse a oração inicial do culto,
pedindo a Jesus o esclarecimento espiritual.
Todos os trabalhadores invisíveis sentaram-se, respeitosos. Isidoro e
alguns companheiros mais íntimos do casal permaneceram ao lado de Dona
Isabel, sendo quase todos vistos e ouvidos por ela.
Tão logo começou aquele serviço espiritual da família, as luzes ambientes
se tornaram muito mais intensas.
Profunda sensação de paz envolvia-me o coração.
A pequena Neli, em voz comovente, fêz a prece:
— Senhor, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus. Se
está em vosso santo desígnio que recebamos mais luz, permiti, Senhor,
tenhamos bastante compreensão no trabalho evangélico! Dai-nos o pão da
alma, a água da vida eterna! Sede em nossos corações, agora e sempre.
Assim seja!...
Dona Isabel pediu à filha mais velha lesse uma página instrutiva e
consoladora e, em seguida, algum fato interessante do noticiário comum, ao
que Joaninha atendeu, lendo pequeno capitulo de um livro doutrinário sobre a
irreflexão, e um episódio triste de jornal leigo. A primogênita de Isidoro, que
revelava muita doçura e afabilidade, parecia impressionada. Tratava-se de uma
jovem de bairro distante, vitima de suicídio doloroso. O repórter gravara a cena
com característicos muito fortes. A leitora estava trêmula, sensibilizada.
Assim que Joaninha terminou, Dona Isabel abriu o Novo Testamento, como
se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro, do
nosso plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto da noite. A
seguir, fixou o olhar na página pequenina e falou:
— A mensagem-versículo de hoje, meus filhos, está no capítulo 13 do
Evangelho de São Mateus.
E lendo o versículo 31, fê-lo em voz alta:
— “Outra parábola lhes propôs, dizendo: — O Reino dos Céus é
semelhante ao grão de mostarda que o homem tomou e semeou no seu
campo.”
Observei, então, um fenômeno curioso. Um amigo espiritual, que reconheci
de nobilíssima condição, pelas vestes resplandecentes, colocou a destra sobre
a fronte da generosa viúva.
Antes que lhe perguntasse, Aniceto explicou em voz quase imperceptível:
— Aquele é o nosso irmão Fábio Aleto, que vai dar a interpretação
espiritual do texto lido. Os que estiverem nas mesmas condições dele, poderão
ouvir-lhe os pensamentos; mas, os que estiverem em zona mental inferior,
receberão os valores interpretativos, como acontece entre os encarnados, isto
é, teremos a luz espiritual do verbo de Fábio na tradução do verbo
materializado de Isabel.
Nosso mentor não poderia ser mais explícito. Em poucas palavras
fornecera-me a súmula da extensa lição.
Notei que a viúva de Isidoro entrara em profunda concentração por alguns
momentos, como se estivesse absorvendo a luz que a rodeava. Em seguida,
revelando extraordinária firmeza no olhar, iniciou o comentário:
- “Lemos hoje, meus filhos, uma página sobre a irreflexão e a notícia de um
suicídio em tristíssimas circunstâncias. Afirma o jornal que a jovem suicida se
matou por excessivo amor; entretanto, pelo que vimos aprendendo, estamos
certos de que ninguém comete erros por amar verdadeiramente. Os que
amam, de fato, são cultivadores da vida e nunca espalham a morte. A
pobrezinha estava doente, perturbada, irrefletida. Entregou-se à paixão que
confunde o raciocínio e rebaixa o sentimento. E nós sabemos que, da paixão
ao sofrimento, ou à morte, não é longa a distância. Lembremos, todavia, essa
amiga desconhecida, com um pensamento de simpatia fraternal. Que Jesus a
proteja nos caminhos novos. Não estamos examinando um ato, que ao Senhor
compete julgar, mas um fato, de cuja expressão devemos extrair o
ensinamento justo.
A mensagem evangélica desta noite assevera, pela palavra do nosso
Divino Mestre aos discípulos, que o reino dos céus é também “semelhante ao
grão de mostarda que o homem tomou e semeou no seu coração”. Devemos
ver, neste passo, meus filhos, a lição das coisas mínimas. A esfera carnal onde
vivemos está repleta de irreflexões de toda sorte. Raras criaturas começam a
refletir seriamente na vida e nos deveres, antes do leito da morte física. Não
devemos fixar o pensamento tão só nessa jovem que se suicidou em condições
tão dramáticas, ao nos referirmos aos ensinos de agora. Há homens e
mulheres, com maiores responsabilidades, em todos os bairros, que
evidenciam paixões nefastas e destruidoras no campo dos sentimentos, dos
negócios, das relações sociais. As mentes desequilibradas pela irreflexão
permanecem, neste mundo, quase por toda a parte. É que nos temos descuidado das coisas pequeninas. Grande é o oceano, minúscula é a gota, mas o
oceano não é senão a massa das gotas reunidas. Fala-nos o Mestre, em divino
simbolismo, da semente de mostarda. Recordemos que o campo do nosso
coração está cheio de ervas espinhosas, demorando, talvez, há muitos sé-
culos, em terrível esterilidade. Naturalmente, não deveremos esperar colheitas
milagrosas. É indispensável amanhar a terra e cuidar do plantio. A semente de
mostarda, a que se refere Jesus, constitui o gesto, a palavra, o pensamento da
criatura.
Há muitas pessoas que falam bastante em humildade, mas nunca revelam
um gesto de obediência. Jamais realizaremos a bondade, sem começarmos a
ser bons. Alguma coisa pequenina há de ser feita, antes de edificarmos as
grandes coisas, O Senhor ensinou, muitas vezes, que o reino dos céus está
dentro de nós. Ora, é portanto em nós mesmos que devemos desenvolver o
trabalho máximo de realização divina, sem o que não passaremos de grandes
irrefletidos. A floresta também começou de sementes minúsculas. E nós,
espiritualmente falando, temos vivido em densa floresta de males, criados por
nós mesmos, em razão da invigilância na escolha de sementes espirituais. A
palestra de uma hora, o pensamento de um dia, o gesto de um momento,
podem representar muito em nossas vidas. Tenhamos cuidado com as coisas
pequeninas e selecionemos os grãos de mostarda do reino dos céus.
Lembremos que Jesus nada ensinou em vão. Toda vez que “pegarmos” desses
grãos, consoante a Palavra Divina, semeando-os no campo íntimo, receberemos do Senhor todo o auxilio necessário. Conceder-nos-á a chuva das
bênçãos, o sol do amor eterno, a vitalidade sublime da esfera superior. Nossa
semeadura crescerá e, em breve tempo, atingiremos elevadas edificações.
Aprendamos, meus filhos, a ciência de começar, lembrando a bondade de
Jesus a cada instante. O Mestre não nos desampara, segue-nos
amorosamente, inspira-nos o coração. Tenhamos, sobretudo, confiança e
alegria!”
Reparei que Fábio retirou a mão da fronte da viúva e observei que ela
entrava a meditar, como quem sentira o afastamento da ideia em curso.
Havia grande comoção na assembleia invisível às crianças que, por sua
vez, também pareciam impressionadas.
Dona Isabel voltou a contemplar maternalmente os filhos, e falou:
— Procuremos, agora, conversar um pouco.
36
Mãe e filhos
No comentário evangélico, eu recolhia observações interessantes. Tal
como no caso de Ismália, quando lhe ouvíamos a sublime melodia, a interpretação de Fábio estava cheia de maravilhas espirituais que transcendiam à
capacidade receptiva de Dona Isabel. A viúva de Isidoro parecia deter tão
somente uma parte.
Desse modo, as crianças recebiam a lição de acordo com as possibilidades
mediúnicas da palavra materna, enquanto que a nós outros se propiciava o
ensinamento com maravilhoso conteúdo de beleza.
Sempre solícito, o instrutor esclareceu:
— Não se admirem do fenômeno! cada qual receberá a luz espiritual
conforme a própria capacidade. Há muitos companheiros nossos, aqui reunidos, que registram o comentário de Fábio com mais dificuldade que as
próprias crianças. Experimentam, ainda, grandes limitações.
Havia grande respeito em todos os desencarnados presentes.
Fábio Aleto sentou-se em plano superior, ao passo que Isidoro se
acomodava junto da esposa, no impulso afetivo do pai que se aproxima, solí-
cito, para a conversação carinhosa com os filhos bem-amados.
Nesse instante, a pequenina Marieta, que parecia haver atingido os sete
anos, aproveitando o momento de palavra livre, perguntou à mâezinha, em tom
comovedor:
— Mamãe, se Jesus é tão bom, porque estamos comendo só uma vez por
dia, aqui em casa? Na casa de Dona Fausta, eles fazem duas refeições,
almoçam e jantam. Neli me contou que no tempo de papai também fazíamos
assim, mas agora... Porque será?
A viúva esboçou um sorriso algo triste e falou:
— Ora, Marieta, você vive muito impressionada com essa questão. Não
devemos, filhinha, subordinar todos os pensamentos às necessidades do
estômago. Há quanto tempo estamos tomando nossa refeição diária e gozando
boa saúde? Quanto benefício estaremos colhendo com esta frugalidade de
alimentação?
Joaninha interveio, acrescentando:
— Mamãe tem toda a razão. Tenho visto muita gente adoecer por abuso da
mesa.
— Além disso — acentuou Dona Isabel, confortada —, vocês devem estar
certos de que Jesus abençoa o pão e a água de todas as criaturas que sabem
agradecer as dádivas divinas. É verdade que Isidoro partiu antes de nós, mas
nunca nos faltou o necessário. Temos nossa casinha, nossa união espiritual,
nossos bons amigos. Convençam-se de que o papai está trabalhando ainda
por nós.
Nessa altura da palestra, dada a nossa comoção, Isidoro enxugou os olhos
úmidos.
Noemi, a caçula pequenina, falou em voz infantil:
— É mesmo, é verdade! eu vi papai ajudando a segurar o bolo que Dona
Cora nos trouxe domingo.
— Também vi, Noemi — disse Dona Isabel, de olhos vivamente brilhantes
—, papai continua auxiliando-nos.
E voltando-se para todos, acentuou:
— Quando sabemos amar e esperar, meus filhos, não nos separamos dos
entes queridos que morrem para a vida física. Tenhamos certeza na proteção